Um dia desses de 25 de outubro de 1937, nascia um compositor brasileiro, Roberto Menescal, autor da bossa ‘O barquinho’, cantada genialmente em voz baixinha pelo nosso João Gilberto.
Mas exatamente em um dia de luz, um outro 25 de outubro, agora 2009, a praça Sérgio Pacheco viveu a dialética estampada na voz grave, quase onipotente, cheia de vida, de Maria Alcina, dali mesmo [não exatamente parado] eu viu o céu sendo pintado a pó em cores marrons monocromáticas, uma espécie de cubismo analítico de Picasso [outro que por coincidência veio ao mundo no dia 25 de outubro], contrastando nitidamente com o arco – íris de confetes e purpurinas emanadas do palco e a galera agradecida se encantava.
Minutos antes o palco havia sido preparado por Anelis Assumpção, aliás, tudo já indicava, a rosa verde que a Assumpção trazia em volta do pescoço, uma espécie de esperança de ressaca, um guarda – chuva que não guarda da chuva, um olhar de Capitu herdado do pai Itamar, uma saia verde envolta da cintura....xeque-mate! – era ela mesmo a tal rosa verde-. O fato é que o público foi hipnotizado pelo que estava acontecendo, era samba? Hip – hop? Rap? Bossa? Todo mundo balançando como num compasso das ondas do mar da Bahia.
Pro dia nascer feliz, é como eu chamo a experiência vivida ali mesmo na praça Sérgio Pacheco, aliás ‘Vinte e Cinco’ é o nome do disco gravado pelo Ney Matogrosso em 1997, em que ele interpreta esta canção de Cazuza, e que diz algo sobre o que houve ali: "Essa é a vida que eu quis". Arte na Praça, Jambolada, Maria Alcina, Anelis Assumpção, Graveola e o Lixo Polifônico [que não foi citado aqui, mas esteve lá e merece todo amor que houver nesta vida]: "Me deem de presente o teu bis,
pro dia nascer feliz".
Deixo a vocês meus 25 anos de agradecimentos, de sonho, de sangue e América do Sul.
Foi fantástico!
Grande Abraço.
_Ricardo Abdala é estudante universitário, músico, poeta e faz parte dos que trocam a tv pela praça geralmente aos primeiros domingos do mês.
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