quarta-feira, 11 de novembro de 2009

A benção do samba, alegria alegria alegria!

No dia 8 de novembro de 2009, fizemos a segunda edição do Arte na Praça. Colocamos o palco no espaço da praça Sérgio Pacheco que eu chamo de gruta por causa do micro-clima sombreado que aquele arvoredo produz, ali, sobre nós, público e artistas, nesse projeto patrocinado pela VIVO. S o sibipirunas e patas de vaca floridas e enormes que balançam ao som, pós o meio-dia, em um dos domingos do mês.

Por ser novembro, nossa maneira, referenciamos o movimento negro do Brasil e a sua militância pelo dia da consciência negra, dia 20. Partimos do princípio cujo meio e como um fim, o de que seria a diversidade em cena, a música negra. Mas, a base foi uma só, o samba.

Do samba pesquisa do movimento cultural Eterna Chama que convidou ao palco mestre Bolinho com as senhoras cantoras da velha guarda do bairro Tabajaras/UDI ao samba rock do grupo universitário* do interior paulista, o Cambaio de Araraquara.

Só vendo que beleza a apresentação do Eterna Chama. No primeiro plano, em cima do palco, os cinco cantores sentados tocando suas cordas e suas percussões. No ponto príncipe daquela caixa escura estava mestre Bolinho, em pé, comandando e dialogando com seus bonitos músicos. benção, Ataulfo Alves, Paulinho da Viola, Geraldo Pereira, Ismael Silva, dentre tantos ali tocados e lembrados, saravah!

Quando as sete senhoras, elegantes às suas maneiras, da velha guarda da escola de samba subiram ao palco e se posicionaram em pé, locadas atrás de todos, começaram a cantar, junto de Bolinho & Eterna Chama, eu me lembrei do verso de Os meninos dançam de Caetano Veloso, porque ali eu vi a história do samba, a luta de classes, os melhores passes de Pelé / Tudo filtrado ali.

A segunda e última apresentação daquela tarde de domingo primaveril coube ao octeto, Cambaio. Quando o grupo entrou em cena, o público estava densamente maior e diga-se de passagem, feliz, pós a apresentação anterior. Portanto, digamos que a responsabilidade da banda diante da galera era maior. Ela não podia deixar a peteca cair.

Qual o que? Surpresa na área! Literalmente, um grupo de ótimos e jovens músicos sacundim sacundiram tudo, deixando a platéia muito mais feliz. Ziriguidum.

Ziriguidum é um dos nomes de faixa autoral do Cambaio; no show, a banda que revistou, revisou e releu Jorge tão Ben quanto Benjor na sua poesia hiperbólica pletora de alegria, chamaram o síndico Tim Maia, o dono da banca Bebeto e o camarada, seu Jorge. Dentre tins bens e tais: o sangue latino ferveu e sacudiu corpos quanto os pagodes do Art Popular foram cantados.

Há quem diga que foi um show de covers dessa gente linda e morena citada acima. Eu diria n o ao sim de quem disse. Não foi não.

Os arranjos não foram cópias deslavadas das canções originais. O brancão Vinicius Maganha, band-leader e cantor, não fez falsete de nada dos intérpretes mulatos, morenos e negros. Percebe-se sim, um tipo de pesquisa e garimpagem na área ao escolherem o repertório e montarem trechos dentro de certas canções. benção, Itamar Assumpção, você foi citado ali.

Foi bonito beça ver jovens músicos felizes tocando e cantando e transpirando os sambas, naquela batida perfeita inventada por Jorge Ben, nos anos 60s e que continua sendo. E que continua lindo.

O ANP do mês de novembro foi dedicado aos mortos, Neguinho do Samba [mestre fodão do Olodum] e ao antropólogo Claude Lévi-Strauss, e querem saber por quê ?

Preguiçosamente refletindo sobre esse porquê queríamos fazer uma edição que tanto falasse da raiz quanto do rizoma, sem que um lado fosse superior ao outro. A edição só não foi completa porque infelizmente não conseguimos oficializar com a Central Única de Favelas [CUFA], base Uberlândia, a participação dos manos e minas em hip-hop e basquete ao som do DJ.

*adorei! Se tem sertanejo universitário por que não samba rock?

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aos 53 anos, Lu de Laurentiz é arquiteto e professor universitário [UFU-UDI], agitador cultural e por casualidade tornou-se apresentador d TV [Arte na Praça - RTU - e Ladeira Metálica no Café com Cultura - CANAL DA GENTE/UDI]. desde q se [re]conhece como gente faz "militância" cultural.

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